Tuesday, November 23, 2010

nada por aqui é de mentira
nenhum dos meus tropeços
ou minhas frases cortantes
nem minha frieza súbita
que vinha só eu sei de onde
nunca me arrependi
der ser 100% isso que tá aqui
o que atrapalha é o medo
é o bico fechado e cabeça lacrada
o que atrapalha é o fato consumado
o caminho único pra dois
o que atrapalha é a verdade
estampada.

Saturday, November 13, 2010

Se a mudança é o próprio movimento da vida
onde fico quando espero o movimento do outro?
onde vai dar essa direção descontrolada ?
os segundos antes do pulo desse carro sem rumo
antecedem tudo que há por vir.

Tuesday, October 05, 2010

a gente pesa meia tonelada
toda vez que tentamos à força
fazer as coisas terem sentindo
dentro da cabeça e dentro dela
no coração
mas não há coração
a não ser no fundo de um peito
onde lá estiver
"tudo certo como 2 e 2 são 5"
só lá.

Wednesday, September 15, 2010

Thursday, August 19, 2010

Eu piso sem olhar e você, devagar.
Vou de cabeça, com o coração preso na garganta
num pulo sem amparo, num passo de segundo
E enquanto isso, o que passou vai emoldurando
o que ainda angustia.

Sunday, July 11, 2010

Colhe fruta que não dá suco
Junta um tudo que não dá sopa

E dá murro em ponta de faca
Pra depois justificar o caminho
que dá volta
o cabelo em ovo, o vai-não-vai
a pergunta sem resposta
e o sofrimento anunciado
calado e estranhamente tranquilo
mas anunciado.

Wednesday, April 21, 2010

Quando duas coisas são tão diferentes
como óleo e água
quando passam por uma 'tormenta'
por alguns segundos, quase se tornam uma só
por alguns momentos quase são
feitas da mesma coisa, por reagirem igual
por seguirem pela mesma direção.
Logo depois,elas começam a se separar
provando o que cada um já sabia:
algumas coisas não se bastam.

Saturday, March 20, 2010

Eu sei, mas não devia - Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor

(...)

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

(...)

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

O texto completo: http://www.astormentas.com/colasanti.htm

Friday, January 29, 2010

E quando a gente tem o momento na mão
e permite que as coisas aconteçam
como se estivessem fora de controle
Mas não estão.
Covardia de quem não quer dirigir
pelo simples fato de poder bater.

Como diria o Cordão do Bola Preta
"quem não chora não mama"

Tuesday, January 26, 2010

Abre esse teu sorriso, que assim vão se abrindo todas as portas do mundo.